terça-feira, 4 de julho de 2017

Ler os Irmãos Karamázov é fácil e difícil

Ler Os Irmãos Karaázov é fácil e difícil. A história não é complicada, mas os seus personagens são-no. A acção desenrola-se não em grandes eventos, mas sobretudo, como num filme do Tarantino, em conversas, muitas vezes a dois, muitas vezes longas, muitas vezes contraditórias. Uma qualquer conversa do dia-a-dia é fácil de acompanhar, mas não quer dizer que mais tarde nos lembremos dela como uma peça chave de uma história. Mas neste livro, as peças chave são essas conversas, que podem parecer que não desenvolvem muito a história, mas aumentam sempre a nossa compreensão das personagens. O que interessa ali são as pessoas, logo as pessoas, de entre as quais, pessoas nem por isso excepcionais ou brilhantes, mas pessoas perfeitamente normais, nas quais posso encontrar semelhanças com uma série de conhecidos meus.
Na prática, não o estudando, mais do que ler, este é um livro com o qual se convive. A sério. São dois volumes espessos. Conto manter um relacionamento mais genuíno e duradouro com estas páginas de papel do que com muitas pessoas de carne e osso.

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