sexta-feira, 24 de abril de 2020

Humoristas enquanto braços armados de partidos e ideologias

Qundo houve aquele stress com a Porta dos Fundos, queria ter aproveitado a oportunidade para escrever aqui um post sobre o equivalente português, o Bruno Nogueira, na sua rubrica Tubo de Ensaio da TSF. Seria qualquer coisa sobre ser um tipo de humorista que funciona como uma espécie de braço armado mediático de alguns partidos (no caso do Bruno Nogueira, representa a ala mais à esquerda do PS - João Galamba, Isabel Moreira, Pedro Nuno Santos - que se sente à vontade com o Bloco de Esquerda).



O que é engraçado no Bruno Nogueira é que existirão vários comentadores que lhe apontarão a "coragem" no seu exercício de liberdade de expressão ao proferir frases destas, sem nunca tocar no incómodo elefante na sala, que é saber se este humorista tem graça.
Acho que funciona mais ou menos assim: a faceta de humorista resguarda o conteúdo político, e as afirmações políticas inflaccionam o valor humorístico. Só que o homem não tem graça nenhuma, e o que tem a dizer sobre política tem o nível de uma discussão clubística (não sei se alguém viu o post dele por ocasião do debate da eutanásia, por exemplo). É uma bolha que resiste ao respectivo crash bolsista.

De resto, gostaria de ver Ricardo Araújo Pereira, que tanto fala e escreve sobre humor, a fazer uma crítica sincera ao desempenho de Bruno Nogueira. Duvido que tivesse a coragem para isso. É mais confortável criticar partidos políticos de direita, suponho.