terça-feira, 25 de julho de 2017

Contra quem está contra o Gentil Martins - 2

Ainda sobre esta polémica do Gentil Martins, suponho que o recomendável seja, como em tudo, as pessoas informarem-se um pouco antes de começar a condenar (essa atitude tão pouco científica). Pessoalmente, vi no mês passado no Odisseia o programa «Gay ou Hetero: é possível escolher?», e aprendi uma catrefada de coisas, o que só me convence de que a favor ou contra, o discurso sobre o tópico homossexualidade é quase exclusivamente estereotipado e preconceituoso, para além de politizado. E diga-se de passagem, praticamente inexistente na sua vertente científica, muitas vezes, por interesse da própria comunidade LGBTQ.
Chega a ser cómico que de um assunto do qual se espera uma uniformidade de opiniões (“mainstream científico”, dizia há minutos o Aurélio Gomes no programa Inferno, do Canal Q), em que facilmente se diz “toda a gente sabe que”, a linha do programa do Odisseia, abertamente pro-gay, reconheça que existam duas escolas de defesa da cientificidade da homossexualidade: a americana mais orientada para a genética e para as ciências objectivas, e outra mais europeia e inclinada para as ciências sociais. É nela que muitos depositam a sua esperança de virem a ser explicados e legitimados cientificamente, e isto é evidente tanto pela quantidade de voluntários para as experiências científicas, como pelos que doam os seus orgãos após a morte para esta área de pesquisa.
No entanto, quanto ao que é a homossexualidade, do ponto de vista da ciência, o melhor resposta que se tem até ao momento, é que é um assunto complexo e que ainda tem muito caminho pela frente, mais coisa menos coisa... Pelo que condenar o Gentil Martins é para já um salto de fé, coisa impossível do ponto de vista da ciência, que é o campo em que esta discussão se deve situar, quando o que está em causa são as afirmações de um médico enquanto médico.

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