sexta-feira, 12 de julho de 2019

Até a ecologia pode ser dividida em duas

Como é que as pessoas se posicionam em termos ecológicos? Conservadores ou progressistas? Dir-me-ão "as coisas não podem ser vistas dessa maneira". Será que não?
Claramente hoje em dia há uma maioria conservadora, que quer manter o planeta como está, ou se possível, recuperá-lo para o que já foi. Tem ênfase nas causas do dano ecológico e em como cancelá-las, regra geral através de formas de austeridade energética e racionamento dos recursos. Pode ser descrita pelo cartaz do Bloco de Esquerda, " Não há planeta B".
E como será um progressivismo ecológico? Acho que será mais focado no combate aos sintomas, depois de considerar que ir às causas é uma luta inútil. Mais virado para inventar bactérias capazes de digerir plástico do que para reduzir a sua utilização; ou porque não inventar máquinas recicladoras de CO2 do que reduzir emissões ou reflorestar. Este lado mais progressivo espreita de vez em quando no espaço mediático, sempre sem dar a entender que trava uma luta diferente dos conservadores ambientais. Por vezes, espreita até exibindo a sua visão final para a ecologia do planeta Terra, verbalizada, por exemplo, pelo Stephen Hawking, uma visão em que este planeta é ele mesmo uma causa perdida e devem-se canalizar recursos na descoberta e colonização do planeta seguinte. Subvertendo o cartaz do BE, "vamos ter de arranjar um planeta B".
Como tantas coisas que dividem o mundo em dois, estou certo que também neste tema teremos tendência a cair para um dos lados, por mais que achemos que ambas as inclinações têm aspectos válidos e úteis. Eu claramente caio para o lado conservador, embora sim, pense que devem ser canalizados recursos tanto a combater as causas como os sintomas da crise ecológica contemporânea.

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