terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Dos andaimes à terra

Quando a leitura bíblica é Cantares de Salomão, não dá, o trolha que vive em mim vem ao de cima e torna-se a matriz pela qual interpreto aquelas "imagens poéticas" tão abundantes - no pun intended - relativas ao amado e à amada. Tão abundantes e tão ordinárias, quero dizer. Não vou concretizar porque há muitos menores e muitos maiores nesta rede social a esta hora da noite nesta altura do ano. Podem dizer que o mal está na minha imaginação, que é dos anos a trabalhar em fábricas, ou de ter frequentado um curso com noventa e nove por cento de rapazes, mas não ser esqueçam que sobre Salomão recaiu a responsabilidade de construir o templo. Construir. Coisa que não se faz sem uma boa dose de operários da construção civil, possivelmente com andaimes à mistura, de onde talvez mandassem cá para baixo "imagens poéticas" às raparigas de passagem. Acresce que, naquela altura, o Bloco de Esquerda ainda não tinha chegado ao poder para criminalizar os piropos. Talvez com estes dados consigamos chegar à mente do autor da obra.
Só para desenvolver mais um bocadinho o raciocínio, David, o pai de Salomão, desde logo mostrou não ser apto para a tarefa de construir o templo, porque no que toca a apreciar as raparigas de lugares altos, claramente não soube traçar uma linha do aceitável no caso de Bateseba. Se da varanda da própria casa já foi como foi, não queremos imaginar o rei David nos andaimes com os outros pedreiros. Quem é que o parava, e em que ponto? Pelo que julgo que, apesar de tudo, a tarefa ficou melhor entregue a Salomão.

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