terça-feira, 8 de setembro de 2015

Fotografem

Uma pessoa visita, deslumbra-se, tira fotografias. No dia a seguir, no regresso, passa uma avião sobre o carro, muito baixo, a fazer muito barulho. Passado mais um bocado, percebo porquê, ao distanciar-me o suficiente, para ver fumo a elevar-se sobre uma encosta, onde o avião combate o incêndio. Quem sabe neste lugar que visitei no dia anterior?

                               

Talvez esta loucura generalizada de tirar fotografias a tudo o que mexe e que não mexe, venha a servir de testemunho histórico de como certas coisas foram e deixaram de ser, ao ponto de gerar uma incredulidade só possível de contrariar com fotografias mesmo.
Talvez, por exemplo, turistas irritantes que tenham visitado e fotografado os locais arqueológicos destruídos pelo Estado Islâmico venham a ser essenciais para a preservação da memória daquela cultura perdida. Claro que com a moda das selfies, vai dar mais trabalho aos arqueólogos para editar e remover os sorrisos cozinhados para que o verdadeiro motivo de interesse, antes eclipsado por cabeças, possa evidenciar-se. É uma questão de ver o lado positivo das coisas, suponho.

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