terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Este é o meu país



Quando estava a ler este parágrafo de um livro do William Lane Craig, senti aquela vergonha nacional que nos leva a suspirar "são mesmo tugas". Porque isto é muito próprio da conjuntura portuguesa, de achar que a ideia "Deus" está perfeitamente conhecida, ultrapassada, domesticada e arrumada em lugares convenientes que não causem muita perturbação. E como tal entendo que ouvir alguém a apresentar argumentos lógicos a favor da existencia de Deus numa universidade possa causar perplexidade.
No entanto, é sempre bom relembrar o tipo de argumentos usados por Craig: argumentos lógicos. Com recurso a premissas básicas, verdadeiras até prova em contrário, tenta chegar a conclusões também verdadeiras. Aparentemente, e repetindo a história portuguesa, este arma de eleição não reuniu entusiasmo e partiram para o argumento ad hominem - o homem deve ser um charlatão, quiçá trabalha para os apanhados.
Falo ainda sem saber, mas supondo que no auditório estavam pessoas que se consideram "livres-pensadoras", já que o episódio passou-se numa Universidade, a minha repulsa por esta rapaziada aumenta sempre que ouço este título aplicado a quem se auto-impõe proibições destas. Este é o meu país e eu vivo nele.

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